O número de novos condomínios de casas encolheu 85,29% nos dois últimos anos e meio na região metropolitana de São Paulo. Se em 2006 ele chegou a 136, reduziu-se a 20 nos primeiros seis meses deste ano, segundo dados da Amaral D'Avila Engenharia de Avaliações e da Geoimovel.
Crise, diversificação de negócios, concorrência com os condomínios-clubes de prédios e com loteamentos foram os motivos da retração, dizem especialistas ouvidos pela Folha.
"Em 2007 e 2008, o mercado se voltou para condomínios-clubes de três ou quatro torres no mesmo terreno, que oferecem grande área de lazer no térreo", relata Cyro Naufel, diretor de Atendimento da Lopes Consultoria de Imóveis.
A justificativa abrange ainda o lucro das incorporadoras. "Além da dificuldade de encontrar terrenos para a construção de condomínios horizontais [de casas], os verticais rentabilizam mais, já que há mais área para vender", diz Naufel.
"Desde setembro do ano passado até julho deste ano, o cenário macro não era favorável para investimentos de longa maturação e pouca liquidez [velocidade de venda]", avalia Celso Amaral, diretor corporativo da Amaral D'Avila.
Dados do Graprohab (Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais do Governo do Estado de São Paulo) mostram que, de 2006 (338) para 2007 (598), houve alta de 76,92% no número de loteamentos aprovados no Estado.
"Não necessariamente as aprovações significam o lançamento desses empreendimentos", diz Caio Portugal, vice-presidente de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do Secovi-SP (sindicato do setor).
"Mas dão ideia da grandeza desse mercado, que concorre diretamente com o de condomínios horizontais".
SILVIA DE MOURA
colaboração para a Folha de S.Paulo
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